Giambatistta Bodoni _ parte II
Partindo dos tipos de Fournier e depois de começar a talhar os seus próprios caracteres, Bodoni adquiriu um estilo muito próprio, abandonou a decoração excessiva típica dos franceses, limpou a página e dedicou especial atenção ao desenho da letra e à sua composição.
Ao contrário de Didot, um outro tipógrafo da época, Bodoni conseguia que as serifas se ligassem às hastes com uma ligeira curva, revelando subtiliza e bom gosto, e não a rigidez patente nos tipos de Didot.
Bodoni era inimigo da ornamentação que destruísse a atenção de um texto limpo e puro. O tipógrafo defendia que a beleza dos textos residia na letra e assentava em quatro virtudes fundamentais: regularidade, nitidez, bom gosto e graça.
“… é feita de ponderação e elegância, conforme se observa no bonito contraste entre claros e escuros, próprio de qualquer texto escrito com uma pena bem aparada e bem manejada. (…) As letras são graciosas quando não parecem escritas com falta de interesse ou com pressa, mas com empenho e esforço, com felicidade e amor.”
Bodoni dividia em 3 classes “tudo aquilo que saía dos prelos”.
O primeiro reunia as letras, os acentos e a pontuação. Do segundo faziam parte os números e todo o tipo de figuras ou caracteres algébricos, químicos, musicais e outros. E na terceira classe agrupava os frisos e os florões, ou seja, tudo aquilo que se identificava com algo decorativo e não com um signo ou sinal.
Bodoni, no seu Manuale Tipográfico, escreveu também que a forma, o tamanho e a proporção eram as diferenças entre os caracteres de uma mesma língua.
Para além de todas estas considerações, Bodoni, ainda classificou todo o tipo de caracteres desenhados até aquela altura; fez referência a um semigótico, ao romano e ao romano antigo, aos clássicos latinos e toscanos, ao itálico dos franceses, por nós chamado de cursivo.
Alguns dos tipos desenhados por Giambatistta Bodoni foram alvo de revivalismos por parte de uma quantidade de Type Foundrys como a FontFont (através de Gert Wiescher que redesenhou o Bodoni Classic) e a Emigre (atravé de Zuzana Licko que criou a Filosofia, tipo inspirado no trabalho de Bodoni). Morris Fuller Benton, em 1907, foi dos primeiros designers a criar um tipo a partir dos de Bodoni, para a American Type Founders.
O tipo Bodoni, claramente de estilo moderno, é identificado pelo contraste acentuado entre as hastes. O tipógrafo entendia que o texto devia ter entrelinhamentos generosos, por isso as suas hastes ascendentes e descendentes eram invulgarmente compridas nas letras minúsculas.
Aqui, nestas linha, destaco alguns dos ingredientes mais fantásticos para os cozinhados de design, o bom gosto e a graça, a proporção, a felicidade e o amor!
2 comentários:
para que é que pões esta merda aqui achas que alguém vai ler corto?
se estivesse alguém interessado já tinha comprado o livro...lol! valeu a tentativa!
o que eu estava procurando, obrigado
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