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quarta-feira, junho 8

Faz algum sentido dar um tiro num sócio do Benfica?

Aqui vai um excerto de uma entrevista de António Lobo Antunes à revistaVisão (de há umas semanas atrás) onde, às tantas, se evoca a dita "guerrado Ultramar", em Angola, em que o ilustre Autor tomou parte. Não é em vãoque este senhor é justamente considerado um dos maiores escritores portugueses vivos. [...]

V: Ainda sonha com a guerra?
ALA: (...) Apesar de tudo, penso que guardávamos uma parte sã que nos permitia continuar a funcionar. Os que não conseguiam são aqueles que,agora, aparecem nas consultas. Ao mesmo tempo havia coisas extraordinárias. Quando o Benfica jogava, púnhamos os altifalantes virados para a mata e, assim, não havia ataques.

V: Parava a guerra?
ALA: Parava a guerra. Até o MPLA era do Benfica. Era uma sensação aindamais estranha porque não faz sentido estarmos zangados com pessoas que sãodo mesmo clube que nós. O Benfica foi, de facto, o melhor protector daguerra. E nada disto acontecia com os jogos do Porto e do Sporting, coisa que aborrecia o capitão e alguns alferes mais bem nascidos. Eu até percebo que se dispare contra um sócio do Porto, mas agora contra um do Benfica?

V: Não vou pôr isso na entrevista...
ALA: Pode pôr. Pode pôr. Faz algum sentido dar um tiro num sócio do Benfica?


P.S.
Um abraço com um enorme Ç para o zédazósgas, que enviou este texto por e-mail.

1 comentário:

Marvin disse...

E se havia dúvidas sobre grandiosidade e universalidade do Benfica...