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sábado, maio 28

Giambatistta Bodoni _ parte I

Começo aqui um ciclo dedicado a Giambatistta Bodoni, não por ser melhor ou pior que muitos outros, mas sim porque foi não só um tipógrafo mas também alguém que se preocupou com o layout da página mas acima de tudo porque foi aquele que sempre mostrou um “vero amor delle lettere”.

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Giambatistta Bodoni nasceu a 26 de Fevereiro de 1740 no Norte de Itália.
Nasceu no seio de amantes da tipografia: o pai era tipógrafo, o avô era gravador de caracteres e a sua mãe também descendia de tipógrafos.
Foi para Roma em 1758 onde iniciou o seu trabalho como compositor na Stamperia di Propaganda Fide. Sempre foi muito dedicado e revelou desde cedo um enorme profissionalismo o que lhe valeu a confiança dos seus superiores. Bodoni fica então encarregado de ordenar um vasto conjunto de ponções talhadas dois séculos antes por Claude Garamond e Guillaume Le Bé.
Com a morte dos seus patronos, e com a notícia de que a Inglaterra vivia um período de renovação das artes incluindo a da tipografia, sentiu vontade de partir para Londres, mas devido a uma grave doença não viajou e acaba por abrir uma casa impressora em Parma, em 1768, para rivalizar com as demais da Europa. Começou então a imprimir em Parma, com tipos encomendados principalmente a Pierre-Simon Fournier, o mais célebre fundidor de tipos francês. Com clara inspiração francesa, Bodoni, estuda, desenha, cria, talha e funde os seus primeiros tipos em 1771, publicando-os naquele que foi o seu primeiro mostruário de tipos.
Até 1779, este período de imitação predomina, mas daqui para a frente Bodoni, afirma-se e insurge-se na procura do seu ideal de beleza. Começou por preocupar-se não com as letras, mas também com a estrutura gráfica da página, mas preocupava-se pouco com a ortografia. Surge então o Manuale de 1778 com 155 tipos romanos e itálicos e 29 tipos gregos. Os caracteres de Bodoni caracterizavam-se nesta altura pela passagem subtil e cuidadosamente estudada do traço fino ao grosso ou pela coexistência de hasts finas e grossas, num jogo de claro-escuro, que é neste jogo que também se baseia a página bodoniana.
Páginas amplas, simples, com margens e espaçamentos entre linhas generosos e grandes áreas de branco, clareza e luminosidade da página dada pelo uso de tipos com altura x reduzida e longos ascendentes e decendentes… é assim que Bodoni criava, talhava, compunha e imprimia.
Em 1791 Bodoni cria uma oficina particular e imprimiu grandes obras de grandes autores como as de Vergílio em 1793. Com os grandes clássicos, adquiriu outro tipo de público, o de todo o Ocidente europeu que passou a reconhecê-lo como um grande e prestigiado tipógrafo e impressor.
Faleceu em 1813, mas até lá concentrou todo o seu esforço na produção daquele que seria o testemunho de toda uma vida dedicada ao aperfeiçoamento dos tipos, o Manuale Tipográfico de 1818, terminado e publicado pela viúva Margherita Dall’Aglio. A edição em dois volumes, contém mais de 600 páginas com caracteres romanos e exóticos, vinhetas, ornamentos, algarismos e notas musicais.

1 comentário:

Anónimo disse...

É de facto uma merda que estes posts não tenham um único comentário. Ás tantas mais vale só tratar de aranhiços. Pode ser que os gajos e gajas que que se dão ao trabalho de ler as cenas tipográficas sejam todos tímidos ou andam todos deprimidos. Em frente que pelo menos há 1 leitor.