Construtivismo e Bauhaus
A corrente construtivista surge na Europa no início dos anos 20, na sequência da revolução soviética e da chamada dos artistas a participar na reestruturação da sociedade. As formas construtivistas de arte dão primazia aos elementos geométricos, à clareza técnica e construções gráficas reflectoras de grande harmonia e dinamismo. Os alfabetos sem serifa foram recuperados e pela primeira utilizados na composição de publicações de design editorial.
Na Alemanha as orientações estéticas desta corrente irão reflectir-se na Bauhaus. Sob a influência desta escola foram criados inúmeros alfabetos experimentais, a maioria dos quais nunca chegou a ser comercializado ou utilizados massivamente. São excepção a Futura de Paul Renner em 1928, um tipo representativo das ideias da Bauhaus pelo seu carácter anímico e geométrico. De entre o trabalho tipográfico destaca-se ainda o trabalho tipográfico de Jan Tschichold, que sintetizou os seus conhecimentos no livro “Die Neue Tipographie”, onde propunha a criação de um funcionalismo mais puro e elementar, utilizando para este sim os alfabetos sem serifa, a organização de páginas assimétricas e utilização de espaços em branco.
Outras fontes editadas nesta época com sucesso são a Franklin Gothic de Morris Benton e a Gill Sans de Eric Gill. Em relação a este último vale a pena escrever mais umas linhas…
O interesse de Gill pelas letras remonta a meados dos anos 10, quando lhe foi encomendado um alfabeto para a sinalização do metro de Londres. O seu interesse vai aumentado, principalmente pelas letras sem serifas, chegando ao ponto de começar a escrever sobre tipografia, crítica e ensaios. Alguns destes apontamentos chegam às mãos de Stanley Morison e este percebe que Gill tinha capacidades para conceber um novo tipo sem patilha, a moda dos ares alemães e influências da Bauhaus chegava então a Londres. A Gill Sans, depois de desenhada e melhorada passou a ser usada pela LNER (London and North-Eastern Railway) para toda a publicidade e informação das suas 2 mil estações.
Um caso de sucesso, daquela que foi considerada “a mais civilizada das letras”...
2 comentários:
Diria mesmo mais. É a "mai-linda" das fontes. É que a civilidade também passa pelas fontes e pelas relações que se podem estabelecer entre os diferentes símbolos fonéticos. Somos muito complicados. Continuamos, como diria o Bonsiepe, a sermos mais capazes de sentir do que a definir as regras que implicam as relações emocionais que uma simples, leia-se singela, fonte pode definir. Para os designers isso é evidente. Para os outros basta-lhes sentir, na maioria das vezes, bem ou mal, quando lêem. Veja-se o que acontece quando usam o "word". Ler e escrever são antagónicos porque a primeira é passiva e a segunda activa e implica, por isso, uma outra organizaçãp emocional.
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